2025 – O Ano do Poder Local
A convicção profunda de que é preciso reconciliar as pessoas com o exercício da política, envolvendo-as nos processos de decisão e resolvendo os seus problemas concretos, levou-me a aceitar o desafio de me candidatar à presidência da Câmara Municipal de Évora, nas eleições que se realizarão no final do ano em curso, e que fazem de 2025 o ano do poder local em Portugal.
Nos últimos tempos, por todo o planeta, o contexto de agravamento das desigualdades sociais e as ondas de desinformação e propagação do medo e do ódio provocaram uma guinada forte a favor do autoritarismo e das políticas radicais e populistas, que pouco a pouco têm vindo a engolir as propostas moderadas do centro direita e do centro esquerda no espaço das democracias liberais.
Em Portugal o tsunami chegou tardio, mas tem corroído paulatinamente uma governação inicialmente posicionada no centro direita reformista, que começou a mitigar os problemas das pessoas e em particular a ajustar remunerações e carreiras na função pública, mas que depressa resvalou para as tentações de se colar à sombra do populismo de extrema direita e da sua agenda, soçobrando na capacidade de unir os portugueses em torno de soluções positivas para os grandes desafios das migrações, da habitação, da saúde, da educação, do emprego e da manutenção do País como um dos mais seguros do mundo.
Feito o diagnóstico, é preciso agir. Temos um Orçamento de Estado aprovado e um Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) que é preciso executar com rapidez, rigor e propósito. Para concretizar esse objetivo as Eleições Autárquicas são uma oportunidade única de reconciliação dos eleitores com a democracia construtiva, participativa e de proximidade.
Na diversidade dos 308 Concelhos e das mais de 3000 Freguesias que desenham o mapa do poder local, vai viver-se um intenso processo de mobilização, ação e escolha. A turbulência e a incerteza e imprevisibilidade da evolução do mundo que nos rodeia tornam anda mais importante para o nosso futuro coletivo a consistência com que através das eleições autárquicas conseguirmos reforçar os alicerces da nossa democracia e de como estivermos à altura de contribuir para evitar a sua contaminação pelas guerrilhas fátuas que esvaem a confiança dos cidadãos nas suas instituições.
Cada processo eleitoral, em cada Junta de Freguesia, em cada Assembleia Municipal e em cada Câmara Municipal valerá por si, pelos projetos e propostas em alternativa, pela adesão à realidade concreta, às expetativas das pessoas e às características dos territórios. As análises e avaliações mais agregadas, no plano regional ou nacional serão inevitáveis.
O meu desejo é que a caminhada até ao ato eleitoral e depois dele, por todo o País e também em Évora, seja não apenas uma demonstração de mobilização cívica, mas que contribua também para focar as políticas na transformação positiva e com valores das condições de vida nas nossas comunidades.