Mais além
O Alentejo tem 47 Municípios, todos eles diferentes na sua história, na sua dimensão, nas características do seu território e nas especificidades das suas comunidades, mas ao mesmo tempo todos eles unidos por traços culturais e de identidade comum e pelo facto de integrarem uma Região que se estrutura geograficamente, mas também politicamente na relação com o poder central desconcentrado, com outras regiões nacionais e europeias e com as instituições europeias (neste caso, associado para efeitos de acesso, programação e execução dos fundos comunitários, aos 11 municípios da Lezíria do Tejo).
Cada um dos Municípios do Alentejo, na sua diversidade, é fundamental para a afirmação da Região. Nenhum é em si mesmo mais importante do que os outros, mas a capacidade de desenvolvimento sustentável da região implica uma saudável interação entre todos, para que cada um possa dar o melhor para o interesse coletivo, e disso todos poderem beneficiar.
Évora, a maior cidade do Alentejo, tem uma centralidade particular no contexto da Região. Durante demasiado tempo essa centralidade foi objeto de desconfianças sobre tentações hegemónicas e paternalistas, que se traduzem num jogo de soma negativa, ou seja, em que ninguém ganha e todos perdem.
Nas recentes eleições autárquicas propus um Programa para que Évora, aproveitando o impulso de ser Capital Europeia da Cultura em 2027 e o seu posicionamento estratégico num momento em que confluem oportunidades com a conclusão do nosso Hospital Central, o desenvolvimento de novas acessibilidades e a atração de investimento em sectores económicos muito promissores, se assuma como uma grande Capital Europeia ao Sul.
Na minha visão, agora enriquecida por um mandato de aplicação em diálogo, a afirmação de Évora como Capital Europeia ao Sul não se faz em competição com nenhum outro município da Região, mas em cooperação com todos eles e em particular com as outras Capitais de Distrito. A força do Alentejo será aquela que resultar da soma do potencial de todos, e para isso cada um tem que puxar pelo que de melhor pode dar para contribuir para desenvolver o seu território e criar mais oportunidades e melhores condições de vida para os seus munícipes.
Afirmar uma Capital Europeia ao Sul à custa do enfraquecimento da Região em que se insere seria não apenas uma visão egoísta, centralista e injusta que renego totalmente, mas também um erro estratégico para a sustentabilidade do projeto. Para crescer um, temos que crescer todos em colaboração ativa. Juntos iremos mais além.