Democracia e Coesão
Dia 9 de maio celebrou-se o dia da Europa. O dia da Europa assinala-se nesse dia porque na sequencia de mais uma brutal guerra mundial, com muitas dezenas de milhões de mortos e grande destruição no território europeu, em 9 de maio de 1950, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros Francês Robert Shuman, fez uma declaração em que exortou à cooperação solidária entre vários países europeus, que tinham estado em lados diferentes da guerra (França, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo e Itália).
Na sua Declaração, Shuman apelou à criatividade para enfrentar o risco da guerra, com base numa solidariedade de facto, começando pela congregação das produções do Carvão e do Aço, ou seja, pela associação dos antigos inimigos através de um mercado conjunto para a produção e a comercialização das matérias primas essenciais ao fabrico das armas que alimentaram a guerra. Essa declaração foi fundadora da criação, um ano mais tarde, da Comunidade Económica do Carvão e do Aço (CECA), percursora de um longo caminho que nos foi trazendo até à atual União Europeia (UE).
O dia da Europa foi celebrado por toda a Europa e também em Portugal. No quadro das celebrações, ao longo deste mês, além, das comemorações oficiais promovidas pelas representações em Portugal do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, já estive em múltiplas iniciativas promovidas por escolas, autarquias e associações, um pouco por todo o País.
A Comissão de Coordenação Regional do Alentejo organizou um programa de celebração que incluiu um painel de debate sobre Democracia, Integração Europeia e Coesão, em que tive a grata oportunidade de fazer a intervenção de abertura.
A União Europeia é uma parceria de Paz e Liberdade sujeita a múltiplas pressões. Pressões á liberdade através dos ataques à Democracia e pressões à paz através dos ataques à coesão. A melhor resposta é reforçar o sentimento de que a Europa somos nós e que o nosso futuro coletivo depende da liderança pela participação.
Votar dia 9 de junho nas eleições para o Parlamento Europeu, que vão definir as prioridades políticas da UE para os próximos cinco anos, é uma forma e um dever necessário, mas não suficiente de liderança pela participação. Precisamos de maior proximidade nos modelos de aplicação da legislação e dos fundos europeus.
Na sessão da CCDRA lembrei o exemplo do PROLENTEJO e as marcas que aquele programa integrado criativo e específico, que coordenei, deixou na Região no final do século passado. A água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte, mas não podemos deixar que afrouxe a corrente do desenvolvimento, da democracia e da coesão.