Artigos de Opinião

Neste espaço poderá encontrar os artigos que ao longo dos últimos anos foram sendo escritos por Carlos Zorrinho e publicados em diversos meios de comunicação social.

Economia de Guerra

Escrevo este texto antes das eleições legislativas em Portugal sabendo que será publicado posteriormente. Nas últimas semanas respeitei os princípios editoriais que tornam o Diário do Sul uma grande referência da imprensa nacional e regional, abordando temas de atualidade, mas sem ceder a tentações de condicionamento das escolhas eleitorais, deixando a minha assumida militância para outros Fóruns e espaços de intervenção. Embora não tenha dons de adivinhação, acredito que o tema que abordo neste texto não perderá pertinência nem atualidade com o resultado que, entretanto, se tiver verificado.

A parceria europeia foi constituída como uma resposta de paz, cooperação e interdependência face à brutal guerra mundial que devastou a Europa entre 1939 e 1945. A prioridade dada ao diálogo e à diplomacia face às alternativas belicistas, levaram a que progressivamente a economia europeia se tivesse desenvolvido como uma economia de paz, com redução dos orçamentos de defesa e baseando a sua defesa numa parceria alargada como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) beneficiando assim do designado guarda-chuva protetor dos Estados Unidos da América (EUA) enquanto maior potência militar global.

A estratégia expansionista da República da Rússia traduzida na invasão da Ucrânia e nas ameaças reiteradas a outros países soberanos, associada às declarações incendiárias de um dos putativos futuros presidentes dos EUA, obrigam a que a União Europeia (UE) tenha que repensar e reforçar as suas capacidades próprias de defesa e segurança. Sem abandonar a economia de paz a UE tem que se preparar para a guerra, seja em primeiro lugar pela sua capacidade de dissuasão, seja, em condições extremas, pela sua capacidade de ação.

Por escolha dos meus pares representei recentemente os socialistas e democratas na negociação de instrumentos urgentes para o reforço da indústria europeia de defesa. É desta forma que podemos assegurar a autonomia estratégica da UE, sem por em causa a dinâmica de inovação, criação de emprego qualificado e desenvolvimento dos seus territórios.

Cumprir o acordo de afetar 2% do Produto Interno Bruto à Defesa e Segurança é uma questão de credibilidade perante os nossos parceiros e de proteção dos cidadãos europeus, apostando numa nova geração de conhecimento e de capacitação da nossa indústria e das nossas forças de segurança e defesa para fazer face a ameaças externas, assegurando que parceria europeia seja capaz de desenvolver um potencial dissuasor compatível com os valores de paz e de diálogo que a inspiram.

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