Estratégia em ação
Nove em cada dez opiniões expressas sobre como podemos voltar a motivar os cidadãos para a defesa da democracia representativa, recomendam a aposta em medidas concretas, visíveis, mensuráveis e inclusivas. Concordo que é esse o caminho, mas ao percorrê-lo não podemos perder o trilho da visão estratégica.
Dia 29 de maio participei, enquanto membro embaixador do Conselho Regional de Inovação do Alentejo (CriAlt) na reunião que apreciou e aprovou uma revisão da Estratégia Regional de Especialização Inteligente para a Região Alentejo – EREI2030. A versão aprovada incorporou melhoramentos importantes para que seja mais fácil medir os impactos da estratégia e para a direcionar para a ação imediata e para a transformação estrutural das capacidades e competências da Região.
Embora seja ainda incerto o contexto em que vai ser aprovado o Programa Plurianual de Financiamento pós-2030, é fundamental que a execução do Programa 2030 antecipe desde já os desafios do novo ciclo, designadamente a afirmação da centralidade da região em projetos europeus transversais em áreas sensíveis, como a segurança e defesa, a saúde e as políticas de qualificação, requalificação e inclusão no domínio do emprego e do empreendedorismo e as várias tecnologias de nova geração e uso múltiplo.
Liderar um cluster europeu no domínio da saúde à distância, complementada por um modelo de acompanhamento de proximidade por técnicos especializados, potenciando os equipamentos e os recursos disponíveis e em particular o novo Hospital Central do Alentejo e a nova Escola de Saúde da Universidade de Évora, na garantia de respostas de qualidade num território demograficamente envelhecido e esparso, é exemplo de uma estratégia legítima e possível, para a qual a nova EREI2030 abre linhas de trabalho importantes.
Outro exemplo de resposta transversal aos desafios emergentes será a extensão do cluster aeronáutico e do espaço ao reforço das capacidades de segurança e defesa do território europeu, enquanto pilar da promoção do valor da paz e da dissuasão da guerra, criando em paralelo, oportunidades de investigação, qualificação, emprego e desenvolvimento na nossa Região.
Escolhi dois exemplos, mas poderia ter escolhido muitos mais. A estratégia em ação não se compadece com procedimentos cristalizados, burocratizados, estritamente administrativos. Temos condições para lutar ombro a ombro e lado a lado pela afirmação do Alentejo como um território diferenciado e vencedor.