Ideias simples
À medida que vou alargando o meu périplo sobre o Concelho e falando com cada vez mais pessoas e instituições, mais me convenço da pertinência de três ideias simples que serão determinantes para conseguirmos juntos transformar Évora e colocá-la no patamar de desenvolvimento e progresso que lhe é devido, pela sua história, pelos recursos que tem e pelo seu potencial.
A primeira dessas ideias é a necessidade de reforçar as redes de colaboração e combater a fragmentação, o isolamento, os silos e as pequenas disputas de protagonismo. Como já escrevi neste espaço, a fragmentação do Executivo Municipal é um espelho desta realidade e tem sobre ela um impacto de causa e de efeito. É preciso que no próximo ciclo autárquico, quem for escolhido pelos eborenses para governar a Autarquia tenha uma maioria sólida para aplicar o programa que for sufragado.
Uma segunda constatação é a elevada mortalidade das boas ideias e projetos que o Concelho consegue gerar ou atrair, mas não vingam devido à complexidade dos processos. Não defendo que os fins, por melhores que sejam, devam justificar os meios, mas acredito que um bom foco nos resultados a obter, constitui uma ajuda decisiva para mobilizar vontades e para ultrapassar no respeito pleno quadro legal e pelas normas éticas, muitas barreiras processuais.
Finalmente, é muito forte a consciência aguda que os eborenses demonstram sobre os muitos problemas que o Concelho tem que enfrentar em quase todos os domínios da vida em comunidade.
Neste domínio, quando se foca a conversa sobre um problema é normal que ele puxe outros e a mancha se alargue até um ponto em que o cúmulo dos problemas identificados acaba por ganhar uma dimensão que os faz parecer irresolúveis. Muitos são efetivamente muito difíceis de resolver, mas essa realidade não pode ser justificação para a inércia e para a inação.
É muito mais eficaz trabalhar sobre soluções em vez de trabalhar sobre problemas. No final do processo as soluções também têm que ser interligadas para constituíram respostas efetivas, mas a minha experiência em muitos domínios e áreas de intervenção diz-me que trabalhar sobre soluções para resolver problemas é um caminho bem mais curto do que trabalhar sobre problemas para ver o que se pode fazer, e muitas vezes para arranjar desculpas para não se fazer nada.
Menos fragmentação e mais colaboração, foco nos resultados para acelerar os processos e nas soluções para resolver os problemas, são Ideias simples, cuja concretização depende de nós, e que nos ajudarão a vivermos melhor no nosso Concelho.