Liderança
Ouvimos cada vez mais o lamento de que na política, nas empresas, nas organizações e na sociedade em geral já não há líderes como havia noutros tempos. Talvez a razão seja mais simples do que parece. Se os tempos são outros e bem diferentes, mal seria se os líderes não se adaptassem.
Se a adaptação é natural, já forma como ela ocorre engloba outros níveis de complexidade. Os líderes só podem ser assim designados se participarem ativamente no desenho dos novos tempos e não se se deixarem subverter por eles em nome da moda, do interesse imediato ou da sobrevivência fácil.
Neste segundo sentido acredito que não nos faltando líderes por designação ou até por afirmação, precisamos de mais líderes transformacionais, ou seja, líderes capazes de compreender as dinâmicas, definir e comunicar objetivos e inspirar equipas ou comunidades para os conseguir concretizar.
Daqui decorre outra questão chave. Os líderes de que precisamos nascem ou formam-se. Do meu ponto de vista, tal como em tantas outras coisas na vida, para se ter sucesso tem que se ter jeito, desejo, vontade e depois fazer a diferença com conhecimento, experiência, treino e prática com os melhores.
Na minha vida conheci e trabalhei com grandes líderes nas várias áreas da vida e percebi também que se a vontade, a determinação e o carater são características permanentes de quem é reconhecido como líder pelos resultados e pelo reconhecimento das suas equipas, as estratégias de liderança para serem bem-sucedidas têm que conjugar personalidade do líder e contexto do desafio.
A procura de competências em transformação e liderança é cada vez maior. Em última análise cada um de nós deve estar preparado para à sua dimensão de desafio transformar e liderar. Mas cuidado com os manuais ou as formações prontas a usar, tentando criar competências novas à moda antiga. Tudo se joga na criação de significados e na capacidade os operacionalizar. Isso adquire-se em contextos dinâmicos de aprendizagem holística focada nos resultados e aprendendo a combinar as velhas e as novas ferramentas do saber.
Correndo o risco de pisar linhas vermelhas do saber estabelecido, a formação de líderes não se compadece com turmas, unidades curriculares e ciclos. Tem que resultar da criação de comunidades permanentes, ainda que abertas e flexíveis, de aprendizagem contínua. Serão as nossas escolas de formação superior capazes de aproveitar a oportunidade e liderar a mudança?. Têm que ser!