Artigos de Opinião

Neste espaço poderá encontrar os artigos que ao longo dos últimos anos foram sendo escritos por Carlos Zorrinho e publicados em diversos meios de comunicação social.

O mundo mudou. E agora?

No mesmo dia em que pude apresentar em Évora, aos 25 parceiros de 10 países que integram o Projeto Auroral, um projeto liderado pelo Alentejo e que visa dotar as comunidades rurais de um ambiente digital inclusivo, a minha perspetiva sobre os desafios que se colocam para que as regiões no triângulo, inovação, competitividade, coesão, estive também no CNEMA em Santarém no evento WIDE/DO onde fui orador e tomei contacto com projetos e agendas mobilizadoras em execução no quadro do PRR no domínio da inovação e da competitividade agrícola.

Após 10 anos no Parlamento Europeu, que me permitiram conhecer e participar ativamente no desenho das políticas e dos programas europeus com impacto no desenvolvimento regional, foi muito desafiante poder olhar agora essas mesmas políticas a partir dos relatos de quem as está a executar no terreno.

Desde o momento em que a grande maioria das políticas e dos programas foram concebidos e aprovados, o mundo mudou a uma velocidade para a qual não estávamos preparados, impulsionado por uma disrupção geopolítica emergente das guerras, dos conflitos e do acesso ao poder de cada vez mais autocratas e por uma disrupção tecnológica que vai alterando processos, posicionamentos competitivos e cadeias de valor.

A mudança é uma ameaça, mas também, pela sua natureza, uma oportunidade para quem se conseguir adaptar melhor. Mais do que medidas avulsas, por muito importantes que possam ser, Portugal e as suas regiões precisam de construir agendas que mobilizem os agentes públicos e privados para os desafios que se aproximam.

É preciso reforçar as redes de inovação, desburocratizar procedimentos, focar investimentos capazes de gerar autonomia estratégica e capacidade negocial e qualificar os agendes individuais e coletivos para serem protagonistas no novo contexto de ação.

Os indícios de que que os próximos fundos europeus para a coesão tenderão a ser mais exíguos e verticalizados, ou seja, com maior foco em prioridades da parceria europeia face ao mundo, implica que nos preparemos para estar na fronteira da capacidade de conceber e executar essas políticas em rede, combinando a proximidade na resolução de problemas com o potencial da sua disseminação e partilha com outras regiões e territórios.

Não estou otimista em relação ao futuro do mundo e da parceria europeia, mas estou confiante na capacidade de Portugal e dos portugueses mais uma vez mostrarem estarem à altura nos tempos difíceis e serem parte da solução. Assim as lideranças tenham arrojo e as burocracias não atrofiem a criatividade que nos é inata.

Últimos Artigos

Trump e o Trumpismo

Diário do Sul

Donald Trump é o 47º Presidente dos Estados Unidos da América depois de ter vencido de novo, na sequência de uma derrota nunca formalmente assumida frente a Joe Biden, as…

Ler o artigo completo

Zorrinho defende que Seguro “é bom candidato” a Belém e espera decisão do PS até à primavera – Entrevista à Rádio Renascença

Rádio Renascença

Dirigente socialista e candidato autárquico a Évora avisa Alexandra Leitão contra "acordo frentista" do PS em Lisboa. "É provável que perca algum eleitorado ao centro". Sobre a corrida autárquica em…

Ler o artigo completo

Tudo no Mesmo Saco

Diário do Sul

Os políticos que pretendem tirar dividendos misturando segurança com imigração, usam como estratégia colocar todos os processos imigratórios no mesmo saco. Esta estratégia tem que ser desmistificada e combatida. Em…

Ler o artigo completo