Artigos de Opinião

Neste espaço poderá encontrar os artigos que ao longo dos últimos anos foram sendo escritos por Carlos Zorrinho e publicados em diversos meios de comunicação social.

Os Pilares de Úrsula

Saí do Parlamento Europeu, por ter concluído dia 16 de julho o meu segundo mandato, mas o Parlamento Europeu vai levar algum tempo a sair de mim. Era ainda parlamentar quando Úrsula Von der Leyen se reuniu com a minha família política, comprometendo-se com opções que permitiram ao Grupo recomendar aos seus membros o voto favorável à sua reeleição como Presidente da Comissão Europeia.

Úrsula realizou reuniões similares com todas as famílias políticas à exceção dos Grupos de Extrema Direita. O exercício de audição e negociação foi bem-sucedido e em consequência a candidata acabou por ser reeleita com uma maioria superior à que tinha obtido em 2019.

Tendo em conta o processo, o programa político com que Úrsula foi eleita constitui um retrato do compromisso possível entre as várias forças pró-europeias e vai marcar as audições e avaliações do Colégio de Comissários e a ação das Instituições Europeias no próximo quinquénio.

Na minha interpretação, serão três pilares que conjugando políticas, procurarão dar resposta às preocupações cruzadas dos vários setores da sociedade europeia. Não exponho aqui os pilares que preferia, decorrentes do Programa da Aliança dos Socialistas e Democratas (S&D), mas aqueles que resultaram do acordo e no qual as prioridades da esquerda progressista estão apenas parcialmente refletidas.

O primeiro pilar será o da competitividade focada na descarbonização e implicará uma aposta forte no investimento público e nos incentivos ao investimento privado para que a liderança europeia na transição energética e digital se reflitam nos preços comparados da energia, na atratividade das indústrias estratégicas e em mais qualidade de vida para os cidadãos.

O segundo conjugará segurança e defesa com o aprofundamento dos valores democráticos, da transparência e do combate à desinformação, para reforçar a identidade partilhada e o sentido de pertença, condições fundamentais para que a segurança não seja conduza ao autoritarismo.

O terceiro tentará reanimar a aplicação do pilar social, numa lógica de maior proximidade, respeitando tradições e diversidades, combinando o pacto ecológico com a dinamização do mundo rural, a digitalização e a modernização com a proteção dos direitos e com o perfil humanista da parceria.

O sucesso deste programa vai determinar a relevância da parceria europeia para os seus cidadãos e perante o mundo. É preciso que o espírito alargado de compromisso passe das palavras ao atos quanto antes.

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