Artigos de Opinião

Neste espaço poderá encontrar os artigos que ao longo dos últimos anos foram sendo escritos por Carlos Zorrinho e publicados em diversos meios de comunicação social.

Apelido “Bruxelas”

Não sendo candidato nas eleições de 9 de junho para escolha dos representantes portugueses ao Parlamento Europeu para o próximo mandato, tenho aproveitado a pausa institucional para multiplicar as minhas participações em debates sobre temas europeus em Universidades e Escolas dos diversos graus de ensino e em múltiplas associações e organizações que para o efeito me têm convidado.

Procuro ser pedagógico e adequar a minha intervenção inicial ao público e ao contexto, dando naturalmente mais ênfase às áreas em que trabalhei e nas quais posso ir mais longe na explicação das matérias, das medidas em vigor, dos processos de tomada de decisão e dos resultados verificados ou esperados, procurando manter um discurso simples para descodificar o que é por natureza complexo, objetivo que é tanto mais difícil de concretizar quanto mais o tema me entusiasma.

O período de perguntas e respostas é fundamental para ajustar o foco das mensagens aos assuntos que interessam ao auditório. Embora os temas das perguntas tendam a variar com os públicos, muitas perguntas seguem uma matriz do tipo; O que acha que “Bruxelas” vai fazer … na gestão das migrações? no apoio à Ucrânia? nas relações com a China? na regulamentação e regulação da inteligência artificial? no desenho da nova geração dos fundos de coesão? se Trump ganhar? Etc …Etc …

Embora procure sempre não deixar de partilhar a minha visão prospetiva sobre o que me perguntam, começo sempre por deixar claro que “Bruxelas” fará em larga medida o que os europeus decidirem que seja feito ao escolherem os seus representantes e a matriz ideológica, política e programática do novo Parlamento Europeu.

Numa parceria democrática como é a UE, aquilo que “Bruxelas”, ou seja, as várias instituições europeias, vão fazer no próximo ciclo, depende tanto de quem me pergunta (se for um cidadão com capacidade eleitoral) como de mim. Ambos temos a capacidade de votarem breve para traçar o quadro onde terá que ser eleito o Presidente da Comissão, onde serão ouvidos e aceites ou rejeitados os outros 26 Comissários e onde toda a legislação relevante terá que ser aprovada após negociação interna e externa.

Em síntese, caro leitor, se tiver capacidade eleitoral, seja qual for o seu nome, goste ou não goste, é também membro da família europeia e tem “Bruxelas” como apelido. Creio que concordará comigo se lhe disser que não faz muito sentido abster-se de ser parte das escolhas que vão determinar o futuro da família a que pertence.

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