Resgatar a boa política
Nas quase 1800 semanas em tenho tido a oportunidade de me dirigir aos leitores do Diário do Sul, esta não é a primeira vez que escrevo um texto antes de umas eleições determinantes para futuro do País, da Região ou Concelho, sabendo que ele vai ser publicado já depois de conhecidos os resultados.
Independentemente daquela que tenha sido a escolha das portuguesas e dos portugueses este Domingo, tenho a noção plena de que a Política enquanto praxis indispensável à vida em sociedade tem sido muito maltratada nos últimos tempos no nosso País. Os episódios da mais diversa índole suplantaram os debates construtivos e um anátema generalizado de desconfiança desceu sobre os políticos, criando um nevoeiro espesso em que é difícil separar o trigo do joio.
Usando as novas ferramentas de síntese perguntei a um modelo de linguagem de inteligência artificial “qual é a melhor definição de Política num contexto democrático?” – A resposta que obtive, escorada na combinação de várias fontes e autores, foi que “A política é o processo pelo qual os cidadãos, através da participação, debate e representação, tomam decisões coletivas para organizar a vida em sociedade, garantir direitos, promover o bem comum e resolver conflitos de forma pacífica”.
Depois das legislativas teremos agora, em data a definir pelo novo executivo, as eleições autárquicas. Pela proximidade e pela empatia necessária entre representantes e representados, as eleições autárquicas são uma boa oportunidade para resgatar a política, fomentando a participação, o debate e a escolha informada de quem melhor pode protagonizar as decisões coletivas e pugnar pelo bem comum, com equidade, capacidade de gestão, transparência e mobilização de toda a comunidade e em particular dos que têm por missão assegurar a prestação do serviço público.
Além das visitas e reuniões de trabalho que tenho feito e vou continuar a fazer por todo o Concelho a equipa de desenvolvimento do programa da minha candidatura à Presidência da Câmara Municipal de Évora já engloba muitas dezenas de pessoas que têm feito um trabalho aprofundado de auscultação, identificação de problemas, recolha de sugestões e desenho de medidas. Em devido tempo todo esse acervo estará disponível para discussão pública antes da aprovação final do programa.
É um contributo singelo para resgatar a boa política. Se os outros candidatos à autarquia fizerem o mesmo, esse contributo será ainda mais forte e ficarão criadas as melhores condições para colocar o Concelho num patamar condigno com a sua história e com as justas expetativas de presente e de futuro de quem nele vive ou quer viver.