Fragmentação? Não Obrigado!
Nestes dias quentes de agosto a nossa cidade e está mais vazia e resguardada, enquanto pelas freguesias vão ocorrendo as animadas festas da estação, que refrescam o corpo e o espírito. É um tempo em que há ainda mais vagar para falarmos e para refletirmos em conjunto sobre o futuro que nos espera, quando a data das eleições autárquicas está cada vez mais próxima.
Até ao momento em que escrevo este texto, enquanto candidato à Presidência da Câmara Municipal de Évora, já falei com milhares de munícipes, em reuniões, em visitas, nas ruas, nas lojas, nas minhas corridas habituais, nos quiosques, nos supermercados, nas festas, feiras e mercados e tendo escutado muitas opiniões e sugestões, todas elas foram serenas, ponderadas e visando partilhar contributos ou preocupações de cidadania.
É impossível sintetizar numa crónica a riqueza de tantas interações, mas distingo essencialmente dois grupos de interlocutores. Os otimistas que me revelam a confiança na possibilidade de dar a volta aos problemas que afligem o Concelho e os pessimistas que, revelando a mesma confiança, me perguntam se eu tenho noção das dificuldades que vou encontrar e do estado depauperado da nossa autarquia.
Quem me conhece sabe que sou uma pessoa confiante, determinada, que acredita na força das ideias e da mobilização das equipas, mas que ao mesmo tempo é racional na análise dos desafios que ao longo da vida tem enfrentado.
Com todas as pessoas com que falo insisto numa ideia. O principal sintoma da nossa fragilidade enquanto território é a fragmentação política que depois contamina o tecido empresarial e associativo. Évora precisa um Governo autárquico coeso, com equipas preparadas, propostas claras e condições políticas para não ter que arrastar escolhas, decisões e opções, por mais difíceis que elas sejam.
Deixemos por um parágrafo o caso de Évora e olhemos para o Alentejo. Avaliemos o que conseguimos quando estivemos juntos e tivemos liderança, e o que perdemos quando nos dividimos e esfarelámos em guerras intestinas e de afirmação sub-regional. Quando presidi ao Programa Integrado de Desenvolvimento do Alentejo costumava dizer que o segredo do programa era ter a força política para valorizar em simultâneo todos os Alentejos que fazem o Alentejo. Conseguimos.
Em Évora o desafio é o mesmo. Fragmentação? Não! Dar força a quem democraticamente escolhermos para liderar, faz todo o sentido, e fará também a diferença na qualidade da gestão autárquica no Concelho e na nossa vida enquanto munícipes.