Artigos de Opinião

Neste espaço poderá encontrar os artigos que ao longo dos últimos anos foram sendo escritos por Carlos Zorrinho e publicados em diversos meios de comunicação social.

Os Portugueses e a União Europeia

O ano de 2024 será marcado, entre muitas outras coisas, pelas Eleições para o Parlamento Europeu que se realizam entre 6 e 9 de junho (Em Portugal a 9 de junho) e das quais resultará o quadro de relação de forças entre as várias famílias políticas europeias que vai determinar a orientação das políticas e em quem vai dirigir as instituições da União Europeia (UE) até quase ao final da década (2029).

O mais recente barómetro europeu mostra que dois terços dos portugueses têm uma opinião positiva da União Europeia e que 88% acham que Portugal beneficia da pertença à União. Estas percentagens são ainda maiores entre os mais jovens, com 93% dos que têm entre 25 e 39 anos e 95% dos que têm entre 15 e 24 anos a reconhecerem que é bom para Portugal pertencer à UE.

Não obstante este forte reconhecimento da importância e da vantagem de Portugal pertencer à UE e de 82% dos portugueses assumirem que essa pertença mexe com a sua vida quotidiana, o mesmo estudo conclui que se as eleições europeias se realizassem na semana seguinte ao momento em que foi feito, apenas 57% dos portugueses iriam votar.

Estes dados que configuram um aparente paradoxo, só se podem justificar pela perceção de que o que está a ser feito não dá resposta aos anseios de um elevado número de eleitores.

Para além das distorções dos cadernos eleitorais e da rigidez do modelo de exercício do voto (Este ano, nas eleições para o Parlamento Europeu em Portugal, vai ser possível votar na mesa de voto mais conveniente, se o eleitor estiver deslocado em relação ao local em que está recenseado), muitas pessoas sentem que o seu voto conta pouco ou não conta mesmo nada para a solução dos problemas que mais os preocupam.

Os inquiridos em Portugal consideram sobretudo que a UE contribui para o crescimento do País, para a sua cooperação com os outros Estados-Membros e para lhe dar uma voz no mundo e gostariam que as suas instituições, em particular o Parlamento Europeu, dessem prioridade à luta contra a pobreza e a exclusão social, à saúde pública, à luta contra as alterações climáticas, ao apoio à economia e à criação de empregos.

As prioridades reveladas pelo estudo não surpreendem e configuram uma agenda progressista que tem sido a marca de água da ação do Parlamento Europeu, onde sou um dos representantes eleitos pelo povo português desde 2014. A análise do estudo evidencia que falta proximidade na comunicação do que é feito e dos seus resultados, e mais ambição política para concretizar as políticas, sobretudo por parte do Conselho.

Para melhorar a União Europeia e as suas instituições, não votar não resolve nada. Escolher bem é o caminho. Feliz 2024.

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