Artigos de Opinião

Neste espaço poderá encontrar os artigos que ao longo dos últimos anos foram sendo escritos por Carlos Zorrinho e publicados em diversos meios de comunicação social.

Pacífico

Entre 29 e 31 de outubro copresidi em Honiara, Capital das Ilhas Salomão, ao encontro regional União Europeia/ Pacífico no âmbito da Assembleia Parlamentar Paritária África, Caraíbas, Pacífico /União Europeia. A reunião juntou 15 Eurodeputados dos diversos grupos políticos e deputados de 15 países da Região e teve na agenda temas de enorme atualidade, como as mudanças climáticas e os investimentos para a sua mitigação e para a adaptação dos países mais vulneráveis, a integração regional e o reforço das relações comerciais equitativas e a segurança, em particular a segurança marítima e de fronteiras.

O encontro foi o último no quadro do acordo de pós-Cotonou. A assinatura do acordo que lhe vai suceder terá lugar dia 15 de novembro em Samoa, também no Pacífico. Por delegação da Presidente do Parlamento Europeu representarei a casa da democracia europeia na cerimónia de assinatura.

As semanas anteriores à minha viagem foram marcadas pelo deflagrar do terror em Israel e da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza, com todas as implicações de um conflito geopolítico brutal, que se soma a muitos outros e cria o risco de contaminação a todo o globo, não apenas da conflitualidade e dos focos de guerra, como dos episódios terroristas mais ou menos mortíferos. A agenda não mudou enquanto eu me mudei para o Pacífico por uns dias. Mas a minha atenção foi desviada para outras questões que tendem a perder visibilidade, mas causam também grande sofrimento aos povos.

As ilhas do Pacífico contribuem com menos de 1% das emissões e da poluição global e no entanto estão na primeira linha dos seus impactos negativos. Algumas delas, como Kiribati ou Vanuatu correm mesmo riscos de desaparecimento por submersão.

Neste contexto, localizadas longe dos principais mercados, com riscos naturais para os investimentos, as ilhas tornam-se redomas de desesperança em particular para as suas gerações mais novas, ao mesmo tempo que no plano geopolítico são disputadas por todas as grandes potências.

Foi Magalhães quem batizou o enorme oceano como Pacífico. Talvez o fosse naqueles tempos. Hoje as catástrofes naturais e a cobiça geopolítica tornam-no um espaço que precisa de apoio urgente ao seu desenvolvimento sustentável.

Nas conclusões do encontro os parlamentares comprometeram-se a tudo fazer para que as múltiplas promessas que emergem do Acordo de Paris e das sucessivas Conferências do Clima se concretizem e em fazer da cooperação com a União Europeia um exemplo mobilizador. Não será fácil mas é uma agenda necessária.

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