Património
Valorizar a identidade como referência do que somos e do que queremos ser, faz parte dos alicerces para uma vida em comunidade saudável e com sentido. Évora celebrou dia 25 de novembro o trigésimo oitavo aniversário da sua designação pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Património Mundial da Humanidade. Dois dias depois, em 27 de novembro assinalou-se o décimo aniversário da aprovação, pela mesma organização, da candidatura do Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade.
Ninguém que viva a nossa cidade, a nossa região e a nossa cultura deixará de se sentir orgulhoso com estas efemérides. Da mesma forma todos devemos legitimamente interrogar-nos sobre como podemos trabalhar para que a nossa história e a nossa forma de ser e de estar possa ser valorizada também na melhoria das condições que temos para viver em cada dia que passa.
Foi a nossa história e a nossa forma de viver e de estar que permitiu que Évora tivesse sido designada capital europeia da cultura em 2027 e são também elas que tornam a nossa terra e a nossa região tão atrativa para quem nos visita ou para quem procura um padrão de vida mais próximo da natureza e com mais qualidade.
Precisamos de proporcionar aos que aqui vivem o mesmo que proporcionamos aos que nos visitam ou aqui querem passar a viver. No próximo ano por todo o país, por todo o Alentejo e também no Concelho de Évora serão realizadas eleições para os órgãos autárquicos. Essas eleições, património único da nossa vida democrática de proximidade, serão uma oportunidade para debater com lealdade e transparência o que temos feito e o que queremos fazer com uma experiência partilhada que dá cor à nossa paisagem rural e urbana, nos corre nas veias e nos inspira os sonhos de um futuro desejado e desejável.
Quanto mais fortes forem os alicerces, maior poderá ser a obra realizada sobre eles. Termos uma cidade Património Mundial da Humanidade e muitos dos nossos hábitos e costumes ancestrais classificados como património material ou imaterial da humanidade é motivo de júbilo, mas tem de ser também um capital único, para impulsionados pela memória e pela ambição legítima, fazermos acontecer melhor educação, mais habitação, melhores acessibilidades, mais qualidade dos espaços públicos, melhores serviços e mais densidade colaborativa na comunidade que somos. Foi para isso que conquistámos o direito à livre expressão da nossa vontade e à capacidade de a transformar em palavras e obras que nos permitam ser mais felizes e realizados na nossa terra.