Valeu a pena
Não é a primeira vez que escrevo a minha crónica semanal para o Diário do Sul antes de um ato eleitoral em que participo ativamente, sabendo que ela só será publicada e lida quando os resultados já forem conhecidos.
Isso já aconteceu em diversos casos em que fui candidato à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu e nesses momentos as minhas considerações gerais, cautelosas e com o objetivo de serem sensatas, sobreviverem mais ou menos incólumes ao confronto com os factos.
A minha candidatura à Presidência da Câmara Municipal de Évora foi uma vivência diferente. Por muito que me tenha empenhado, e empenhei, nas campanhas anteriores, nada se assemelhou à experiência que foi esta campanha.
Ao longo de quase um ano visitei instituições diversas, empresas, associações e clubes. Percorri bairros, ruas, becos e travessas. Falei com muitos milhares de pessoas. Fiquei a conhecer Évora, como nunca a teria conhecido. Estou muito grato por isso. Qualquer que tenha sido o resultado eleitoral, que os leitores já conhecem, mas eu ainda não no momento em escrevo, o que sinto é que este combate valeu a pena.
Sublinho a elevação com que até ao momento em que finalizo este texto, decorreu a campanha, o respeito mútuo entre candidatos e candidaturas e a elevada prova de civismo, liberdade e pluralidade que nela imperou. O caminho do futuro, seja ele qual for, está mais aberto.
Espero que as eleições autárquicas em todo o território tenham sido também um momento alto de participação democrática e de cidadania de proximidade. A nossa democracia precisa de se revitalizar com estes momentos de escolha e de opção pelo futuro que juntos queremos percorrer em cada um dos 308 Concelhos e das mais de 3000 freguesias que delimitam a nossa pertença a uma terra, no plano político e administrativo.
A semana passada, por razões legais, não pude estar com os meus leitores aqui no Diário do Sul. Publiquei uma crónica nas minhas redes sociais e agora regresso. Pelas freguesias urbanas e rurais são muitas as pessoas que me conhecem também pelo “Visto do Alentejo” aqui publicado ininterruptamente há mais de 35 anos.
Se tiver saúde e essa for a vontade do editor, espero por aqui continuar muitos e bons anos, como porta voz de mim mesmo, e não das funções em que estou em cada momento. Viveremos juntos muitos momentos e reflexões. Vocês já sabem de onde eu vou “ver o Alentejo” nos próximos anos. Eu ainda não, mas tenho uma certeza. Esteja onde estiver será sempre com o Alentejo e com Évora no coração.