A Imaginação é uma Arma
2025 está a chegar ao fim. Para cada pessoa em particular, o ano que agora finda terá deixado boas e más recordações, com um balanço positivo ou negativo em função das circunstâncias.
Globalmente foi um ano de muitas vicissitudes, crispado e belicoso, que termina contaminado pelas narrativas de guerra e pelas estratégias, medidas e investimentos para as vencer ou evitar. Narrativas que ocupam muito do espaço mediático, das conversas de café e até das projeções políticas económicas e sociais para 2026, deixando para trás o foco em questões do dia a dia, que exigem soluções viáveis e céleres.
Noutros textos aqui publicados sobre a forma como podemos lidar com a aceleração tecnológica, em particular com a aplicação cada vez mais disseminada da Inteligência Artificial, defendi que a imaginação é o cofre forte da humanidade, porque é o reduto em que podemos antecipar o modelo artificial sem correr o risco de ser conduzidos por ele (exceto que se lhe pedirmos que sonhe por nós e nos tornemos servos desse sonho alheio).
É no contexto desta ideia, que ao formular os meus votos para 2026, sem deixar de endereçar os comuns e substantivos desejos de saúde, felicidade e alegria para todos, quero sublinhar a importância de, fruindo de tudo o resto, ninguém deixe de usufruir da capacidade de sonhar, de imaginar, de ir mais além e transformar e melhorar através da esperança, da vontade e da perseverança, o mundo, a comunidade e o contexto de proximidade em que vive.
A imaginação é uma arma. Vai muito para além do pensamento positivo porque desenha cenários e gera redes de criação individual e coletiva que determinam a forma como se olha o mundo em comunidade e se age em função disso.
Se imaginarmos catástrofes, desencantos e desilusões estaremos mais perto de as viver do que se tivermos a força de sonhar com a transformação e a concretização daquilo que desejamos, e a isso somarmos a capacidade de idealizar a forma como vamos ser protagonistas desse caminho.
Esta transição de ano ocorre num momento em que desempenho, como Presidente da Câmara Municipal de Évora uma função autárquica de grande exigência e em que é determinante ter os pés na terra e contribuir para as soluções necessárias. Esse exercício pragmático não me impedirá de sonhar e de imaginar futuros para a minha vida enquanto autarca e enquanto cidadão, que me ajudarão a ter mais força e a servir melhor.
O que desejo para mim é o que desejo para todos os que me leem. A imaginação é uma arma.